Existem diversas ferramentas e instrumentos de planejamento e gestão disponíveis no mercado. Com o crescimento (ou boom) de startups muitas ferramentas foram revisitadas ganhando simplicidade, objetividade e praticidade. Cuidado! Toda ferramenta de gestão tem seus benefícios e limitações. A ideia deste artigo não é criticar cada uma individualmente, mas transmitir uma reflexão ao utilizar essas ferramentas.
Toda empresa, por menor que seja, deveria ter um mínimo de planejamento estratégico para orientar as atividades e monitorar (controlar) a evolução do negócio. Todavia, dependendo da profundidade, complexidade da atividade e das habilidades dos empreendedores, para elaborar um planejamento estratégico, pode ser custoso ou tomar muito tempo.
Muitas ferramentas práticas simplificadas foram criadas nos últimos anos com base em ferramentas desenvolvidas ao longo da história com fundamentos teóricos e conceituais que ajudam a entender o mercado competitivo onde a empresa está inserida e a criar um exercício, que deveria ser um hábito, de visualizar a empresa no futuro para converter essa expectativa em um plano de ações de curto, médio e longo prazos.
No caso de um empreendedor que tem uma ideia e precisa executá-la para não perder o timing (oportunidade) para explorar o mercado antes de outras empresas, ele precisa de algo objetivo para guiá-lo no curtíssimo prazo e a testar a viabilidade da sua ideia. Todavia, é importante relembrar que deve ser algo temporário e não permanente essa visão de curto prazo, ou seja, assim que executar e der certo a ideia de produto/serviço, ela deve ser incorporada ao planejamento maior da empresa.
Toda simplificação traz limitações. Por exemplo, algumas ferramentas reduzem a capacidade de identificar criteriosamente boa parte dos riscos e ameaças no ambiente externo ou de checar pontos fortes e fracos internos. Outras ferramentas desconsideram um fator-chave no cotidiano dos negócios que é o conceito do valor do dinheiro no tempo, deixando de lado uma análise mínima do VPL e da TIR do projeto. Só esses dois pontos se forem simplificados podem confundir muito as consequências de um novo projeto com a situação financeira do negócio no momento, principalmente, saber até que ponto, em questão de tempo e retorno, deve-se insistir no projeto.
Em resumo, ao tomar conhecimento de ferramentas que prometem praticidade para auxiliar a tomada de decisão, busque compreender a ferramenta e leve em conta esses fatores: tempo e taxa de retorno, valor presente líquido e análise do ambiente externo e interno. Esses são fatores, dentre diversos outros, que se considerados na avaliação do projeto poderá reduzir substancialmente incertezas sobre a sua viabilidade.
Boa sorte na gestão do seu negócio!